hoje é dia trinta, um domingo, aniversário do Van Gogh. parabéns pra ele.

e todo dia trinta eu lembro que eu tenho que tomar meu medicamento direito, fazer terapia, fazer atividade física, comer direto, tentar não me estressar e cuidar do meu sono mais do que tudo. porque se eu não fizer tudo isso as coisas simplesmente não andam.

e adivinhem? as únicas instituições funcionando são terapia e medicamentos e o segundo é uma tortura todas as vezes.

hoje não foi um trinta fácil porque não tem sido semanas fáceis. 
mas eu tô aqui tentando lidar como posso e na maioria das vezes fingindo que está tudo bem.

eu fiz isso por tempo suficiente pa se tornar convincente.

e se eu acabasse com o blog de vez?

eu entrei num limbo no qual eu achei que mais ninguém lê isso aqui mesmo, mas daí eu vou nos números e vejo que tem gente acessando esse blog até hoje.

e tipo, por que essas pessoas ainda aparecem por aqui?

mais de dois anos longe daqui e aconteceu coisa pra caramba e quando eu digo coisa pra caramba é coisa mesmo. além da pandemia, eu comprei um apartamento, meu cachorro veio morar comigo e teve uma pneumonia a pouco tempo, descobri que tenho um CID próprio e inclusive muito do que eu escrevi aqui me ajudou (e também a dona médica) a identificar alguns sintomas.

faz mais ou menos dois anos (agora, muito mais do que três anos) que eu digo pra minha psicóloga toda semana que "é muito bom ser doida", mesmo não sendo.

faz mais ou menos esse mesmo tempo que eu tô descobrindo e redescobrindo uma Daiane.

daqui uns dias vai fazer dois meses que eu terminei com o menino que eu namorava e ainda gostava porque eu senti que a a gente quer futuros totalmente diferentes e eu não tinha mais coragem de segurar ele comigo.

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tem um tanto de coisa errada por aqui e num passado um tanto distante eu resolvia as coisas escrevendo.

é assim que eu vou fazer de novo.

(esse texto começou a ser escrito 1 ano atrás e está sendo reescrito agora. esse setemebro veio mais do que amarelo.)

Daiane, a gente passou por bastante coisa. E hoje eu quero te prometer umas coisas, mas eu preciso da sua ajuda pra poder cumprir.

Eu prometo que eu vou te tratar com mais carinho. Tal qual o carinho que eu dedico para os outros. E cuidar mais de você.

Eu prometo que eu vou tentar ser mais egoísta e colocar os seus sentimentos acima do mundo todo. E também tentarei com que você lide melhor com as coisas externas que você não pode controlar.

Eu prometo que a gente vai ficar menos tempo deitada na cama, paralisada, sem conseguir viver. E que também a gente vai usar cada vez mais a mesa de artesanato no quarto pra tu fazer o que tu gosta e não pra tentar monetizar a única coisa que tu sempre amou fazer.

Eu prometo que a gente vai voltar a cozinhar. Fazer aqueles macarrões que amamos demais comer quando tá tudo bem e quando não tá também. E não, não vai mais entrar miojo no apartamento. E tu tem que fazer todos os bolos pras pessoas que tu prometeu. Não por eles, mas por você, pra ter mais uma coisa da sua lista cumprida.

Eu prometo que a vamos fazer os cursos que compramos. Mas vai ser por diversão, porque trabalho a gente já tem no horário comercial.

Eu prometo que te ajudar com seus traumas. Juntas a gente vai aprender a lidar com eles, e não fazer com que eles sumam, mas que tu consiga viver além deles e que tu deixe de ser moldada por eles.

Eu prometo que vou cuidar melhor dos seus medos. A gente vai parar de fingir que eles não existem e vamos colocar cada um deles no seu devido lugar. Inclusive, alguns deles precisam deixar de existir.

Nós sabemos que não fomos desejadas e um acidente aconteceu. Mas a gente foi escolhida e isso já é um presente. E eu prometo pra você que eu vou fazer com que tu perceba mais isso. Eu vou ter fazer acreditar que tu é esse presente. Eu vou te fazer acreditar que tu é importante.

Nós estamos vivas e por mais difícil que as coisas estejam sendo, nós sempre nos teremos.

Eu prometo ser mais gentil com você. Eu prometo ser mais gentil comigo. 

Hoje eu me atrasei pra vir pro trabalho.
Tanto na entrada, quanto no almoço.
Queria ter acordado mais cedo e ter conseguido fazer algum exercício antes de vir, não consegui.
Queria ter tomado café com mais calma em casa, mas também não consegui.

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Eu poderia dizer que está tudo bem, mas não tá não.
Essa semana eu vou estar só o Thunder quando eu volto pra Marília: triste e cabisbaixo.
Ainda bem que ele vai tomar banho na quinta e já fica felizinho de novo.

Tudo pra mim esse dog.

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Não consegui fazer os exercícios de manhã, mas fiz meia hora de dança agora a noite. Fiquei destruída de cansada e foi tudo. Acho que meu corpo aguentaria mais um teco, mas eu quis voltar devagar a essa rotina. 

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Eu sei que tem os posts de uns dias atrás que eu não publiquei ainda, mas eu aviso quando saírem. Estão no rascunho. Ainda não sei de publicarei ou deixarei o buraquinho.

Hoje bateu o arrependimento real de ter abandonado o curso quando eles excluíram meu e-mail e assim a minha conta Adobe foi embora.
Nesse momento eu estou com os programas funcionando novamente no meu computador, mas eu confesso que eu não sei o que aconteceu nem o que fizeram pra isso acontecer :D

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Claramente que agora eu tô fazendo piada com tudo isso, mas vocês precisavam ver o meu desespero na parte da manhã. Na verdade não precisavam não e por isso não viram. Não tem porque ver uma pessoa ansiosa tendo uma crise porque não consegue trabalhar por algo que sai totalmente do seu controle. E se alguém falar que a culpa é minha eu mando no e-mail da pessoa o boleto da anualidade do pacote.

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Tô bem não, vou comer um chocolatinho.

Eu juro que eu tentei sair da cama no horário e ir trabalhar, mas algo me segurava na cama de um jeito que eu nem consigo me expressar. E mais uma vez eu cheguei atrasada.

Hoje eu:

• fui trabalhar
• comi pão
• tomei chá
• bebi água
• chupei umas balas
• bebi água
• comi umas mexericas
• comi duas bananas
• comi um chocolatinho
• bebi mais água
• e mais água
• cheguei em casa
• comi umas ponkãs
• comi um macarrão
• depois comi uns salgadinhos
  
• comi a minha frutinha preferida
• depois tomei uma boa latinha de refri de gengibre

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Poderia parecer um dia normal na minha vidinha, mas eu acho que fazia um ano que eu não comia tanto em um dia. Obrigada a mim mesma por estar melhorando.

Mais um dia das mães longe da dona mãe.
Eu acho que só não tô "pior" porque vou pra casa semana que vem.

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Estou com saudade de casa.
E estar com saudade de casa nem sempre é tão bom pra mim.

Escrevo esse texto enquanto ouço a playlist "This is Justin Bieber" no Spotify.
EU NÃO PRECISO DE JULGAMENTOS SOBRE ISSO.

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A sexta-feira foi confusa num misto de sentimentos dos quais eu não conseguia explicar. Passei o dia todo no trabalho fazendo coisas manuais pois 0 inspiração pra criar qualquer coisa.

O foda é que nesses momentos muitas coisas passam pela cabeça e eu não consigo executar nem dar andamento em nenhuma delas. Vem um monte de vontade de fazer e acontecer e me dedicar a coisas que eu nunca fiz antes, mas logo passa. E vem de novo, e passa e é assim o dia inteiro.

É bom porque daí eu percebo que não estou morta.
Não ainda.

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Os planos eram chegar em casa e já ir direto pra faxina do apartamento pra fazer mais nada o restante da noite. Cheguei em casa, encostei no sofá e simplesmente dor-mi. Acordei no susto, desnorteada, sem saber onde eu tava e o que tava acontecendo. Tomei coragem, tomei força e fui fazer faxina pois pensei que "a Daiane do futuro ficará grata por isso". E ela ficou. Tanto ficou que passou o dia todo deitada na cama. Só saiu da cama no horário da terapia. Coisa que fez Isabella ficar chocada pois geralmente as pessoas fazem deitada mesmo.

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No post anterior eu disse que já estava pensando em todos os traumas que eu trataria com a Isabella. Mais uma vez eu me perdi totalmente durante a sessão. Mas eu falei. Falei bastante coisa sobre um monte de coisa que agora eu não me lembro. Mas eu me lembro que fiquei em silêncio em muito momentos pra não ser repetitiva.

Eu tinha tanto a dizer. Vou ter que começar a anotar as coisas pra levar pra terapia. Isabella que lute.

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Eu sou feita de mecanismos de auto-defesa.
E parece bom, mas nem sempre é.

Assim como a foto no instagram subiu atrasada, esse post também vai.
E é isso, tem coisas que acontecem na vida.

E caralho, hoje aconteceu muita coisa.
Queria que tivessem sido coisas boas. Mas tá bem difícil de ouvir coisas boas sendo cidadã brasileira.

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Hoje, depois de retirar meus remédios na farmácia (obrigada SUS), eu acabei entrando numa lojinha dessas de doces e eu gastei R$ 30,00 em porcarias açúcaradas que nesse momento estão fazendo muito mal pro meu corpo. Foi num impulso, quando eu vi eu já tinha pago e já tava saindo da loja com a minha sacolinha.

Eu tinha tomado a decisão de parar com os doces, ou trocar eles por frutas e tals, mas hoje... hoje a Daiane do boicote ganhou.

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Cheguei atrasada no trabalho. Muito atrasada. Foi difícil sair da cama hoje.
Mais uma vez a Daiane do boicote achou que ia conseguir vencer, mas não conseguiu.
Tomei café da manhã com os pãozinhos da tia Julia que eu tinha escondido no congelador.
Obrigada a Daiane do passado por isso.

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Resolvi que pela noite eu ia apenas me alienar.
Me fechar dentro do meu mundinho dorameira br e foi ótimo. Vi dois eps da minha série de direito e vi mais dois episódios na novelinha com a minha abiga Priscila (remotamente, claro). E foi ótimo.
Ótimo e pesado pois a série é cheia de gatilho pras duas e a gente falou sobre eles. E foi bom falar sobre eles. Até cheguei numas conclusões que eu não tinha percebido ainda.

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Sabe, eu não digeri nem a terapia da semana passada aqui e já tô com a lista de traumas que eu quero mexer essa semana.
Isabella, pega na minha mão e não me abandona.